Por 
Que nós vivemos em um mundo acelerado, você sabe. Mas você consegue se controlar diante disso?
Não, eu não quero colocar a culpa no seu colo. Reconheço também a mea culpa pois também sou vítima, como você e qualquer outra pessoa nesse planeta, de overdose de informação.
Se você acaba de chegar de paraquedas nesse blog, saiba que sim, falamos de investimento e controle financeiro. E esse tema tem tudo a ver com o assunto desse artigo, como vou te explicar nas próximas linhas.
Quando falamos de investir nosso dinheiro, pensamos em aprender os conceitos e fundamentos necessários para fazer isso de maneira adequada.
Mas como você aprende? Onde busca informação? Como faz para filtrar o desnecessário e se ligar apenas naquilo que faz diferença?
É sobre isso que quero conversar com você, my friend.
Por acaso você já teve aquela sensação de tentar lembrar de algo que você tinha certeza que sabia mas, na hora H, esqueceu completamente?
Ou já pesquisou sobre um assunto e viu lugares diferentes falando coisas totalmente opostas?
Bem-vindo ao mundo acelerado da overdose de informação.
Isso me traz à mente, inclusive, as histórias distópicas da série Black Mirror. Vivemos grudados nas telas brilhantes que são atualizadas a cada milisegundo. Acordamos com o celular na mão e dormimos com ele também.
Temos tanta informação à disposição para não absorver nada em profundidade.
Meu objetivo aqui é te mostrar os efeitos dessa overdose e como contorná-la.
Vamos lá, então?
Por que você sofre de overdose de informação?
A realidade é que já estamos bem acostumado com isso. Nossa vida é assim. Só notamos que essa overdose pode ser ruim quando paramos para analisar o que, de fato, está acontecendo ao redor.
Você deve concordar comigo que a overdose de informação mais aceita e perpetuada na nossa sociedade é a de origem escolar.
Desde pequenininhos somos orientados a guardar tudo, TODO tipo de informação.
Quanto é x? Qual a raiz quadrada de 169? Quem descobriu a américa? Qual o nome do rio que se junta com o rio Paraná e desemboca em…
Bom, você me entende, né?
No TEDxManhattanBeach, o professor de Stanford Paulo Blikstein traz uma frase que me marcou muito no início da minha trajetória com educação:
“De que estamos preparados para abrir mão?”
A overdose de informação, seja na nossa educação tradicional ou nos investimentos, acontece muito porque não sabemos do que abrir mão na hora de ler e estudar.
Se queremos saber tudo de tudo, saberemos nada de nada.
Além disso, se prestamos atenção a tantas fontes diferentes falando ao mesmo tempo, como vamos escolher em qual delas focar?
O Psicólogo americano Barry Schwartz, em um outro TED Talk, aborda de forma excepcional o chamado Paradoxo da Escolha.
Basicamente (fique à vontade para ver o vídeo completo, que é sensacional), quanto mais opções de escolha nós temos, mais difícil e menos produtivo é escolher.
Por isso que, dado o fluxo absurdo de informação que passa pelas nossas timelines (do facebook e da vida real), fica difícil escolher o que é realmente bom e separar do que não se quer ver. Simplesmente não escolhemos.
Isso te traz problemas, eu sei…
Se não conseguimos fazer escolhas, não conseguimos evoluir. Investir é tomar decisões e isso requer foco.
A overdose de informação, por outro lado, te puxa para o lado contrário, te faz disperso. Por isso que acabamos esquecendo facilmente 90% das informações que vemos diariamente.
Nosso cérebro simplesmente não dá conta de processar tanta informação e armazenar adequadamente. Ele faz seu próprio trabalho de naturalmente jogar fora aquilo que não teve tempo ou atenção suficiente para ser sedimentado.
O problema, então, é que o volume de informações “inúteis” que absorvemos acaba também atrapalhando aquelas úteis que deveríamos guardar.
Agora, vamos pensar em dois cenários: se você está aprendendo a investir seu dinheiro e se você já investe.
1. Você está aprendendo a investir
Nesse primeiro caso, seu cérebro precisa absorver as informações relevantes sobre o tema e ser capaz de armazenar dados e conceitos importantes que criarão seu entendimento sobre investimentos.
Se você não seleciona o que ler e por onde estudar, certamente vai acabar recebendo um volume exagerado de informações e pode ser que comece a estudar sobre coisas muito avançadas antes do tempo.
Por isso, foque em fontes que você conhece, como o investeaê, livros referências e pessoas próximas que entendem do assunto.
Busque entender em profundidade essas poucas fontes, ao invés de ter apenas um conhecimento superficial vindo de várias delas.
Nesse link aqui, filtramos aquilo que você precisa saber de início para começar a investir e sintetizamos em forma de ebook.
2. Você já investe seu dinheiro
Se você já começou a investir, então busca se aprofundar e quer recomendações de como investir melhor. Também nesse momento é crucial ligar o filtro mental.
Vou mostrar isso com um exemplo pessoal.
Diariamente, eu entro no Facebook, pois acompanho os newsfeeds de outras empresas do setor financeiro, para me informar e tirar insights.
Eventualmente, vejo algumas páginas indicando recomendações de investimento. Uma verdadeira avalanche de opiniões, que vai ficando pior ainda no caso de ações da bolsa de valores.
“A ação X vai subir!”, “Banco recomenda venda da ação Y!”, “Se prepare para a supervalorização dessa ação que até ontem não valia nada!”
De forma até engraçada e não raramente, vejo duas fontes diferentes falando de forma totalmente oposta sobre o mesmo assunto. Uma acha que as ações do Itaú vão subir, enquanto a outra tem certeza de que vão cair.
Em que eu deveria acreditar?
Eu acredito naquilo que conheço e li a fundo. Se eu ficasse nesse ping-pong informacional, eu faria – foi mal pela linguagem – uma bela cagada nos meus investimentos.
E além disso, você perde seu tempo
Se não bastasse a confusão que esse fluxo de informações causa na sua cabeça, você ainda acaba gastando mais tempo do que deveria lendo tudo isso.
A produtividade vai lá pra baixo. Quando percebemos, abrimos o celular 5 minutos atrás para olhar que horas eram, mas com 17 notificações de Facebook e Instagram pulando na tela, acabamos indo parar numa página de cachorros fofinhos e nem sequer olhamos a hora, que era o que faríamos no início.
Se você se incomoda com essa perda de controle do próprio cérebro, assim como eu, você quer buscar soluções para esse problema.
Hora de remediar a overdose
O primeiro passo para contornar os problemas causados pelo fluxo incessante de informações é tomar a seguinte frase como mantra e repeti-la mentalmente:
Menos é Mais
Tirando a parte clichê da frase acima, ela é certeira em definir o princípio de solução para a overdose mental: focar em menos informações e se aprofundar mais nelas.
É aquela velha briga entre qualidade e quantidade.
É verdade que, certas vezes, a quantidade é o que importa. Esse, por exemplo, é um dos princípios do Brainstorming em seções de inovação. Num primeiro momento é necessário deixar de lado a vaidade das ideias e gerar o máximo possível delas.
Porém, na hora de canalizar ideias para propostas concretas, precisamos de qualidade e filtros.
Se o seu aprendizado sobre investimentos deve ser algo concreto e que te traz resultados, então você precisará, da mesma forma, focar em qualidade das informações.
Para te ajudar a filtrar as informações do próprio blog do investeaê e ir direto ao ponto, separei alguns dos nossos melhores artigos, sobre temas específicos para você aprender mais sobre investimentos:
Outras formas de ter mais foco e ser mais produtivo
O tema produtividade é o que permeia tudo o que fazemos no investeaê, pois precisamos ser altamente produtivos no que fazemos para entregar conteúdo de qualidade aos nossos leitores, ao mesmo tempo que seguimos sempre desenvolvendo coisas novas.
Por isso, quero compartilhar algumas dicas que uso para mim mesmo e que me ajudam a melhorar a produtividade e combater a overdose de informação.
1. Desligue as notificações do seu celular
Aquela luzinha que fica piscando para mostrar que tem mensagem nova só atrapalha. A maioria dos celulares permite que você desligue as notificações ou configure para mostrar apenas aquelas de maior prioridade.
2. Tenha uma To Do list
Listar aquilo que precisa ser feito ajuda a não só não esquecer, como também visualizar o macro das suas tarefas e se organizar melhor. Eu planejo diariamente minhas tarefas e tiro da minha cabeça a necessidade de ficar lembrando tudo o que tenho para fazer. Você pode fazer isso no Trello, por exemplo. Eu ainda gosto do papel e uso um Planner Diário.
3. Se você encontrou algo que gostaria de ler a fundo e não tem tempo agora, salve para mais tarde
Várias vezes eu entro em algum site e encontro um conteúdo profundo sobre algum tema sobre o qual gostaria de aprender. O problema que às vezes encontro esses sites quando estou na rua e não tenho tempo para ler naquele momento. Aplicativos como o Pocket te ajudam a salvar a leitura para depois.
4. Faça anotações
De novo, eu sou um cara “do papel” e gosto do meu caderninho para anotar. Mas existem vários aplicativos, como o Evernote, que permitem que você simplesmente jogue notas lá para buscar depois. Aliviar a pressão mental ajuda não só a esvaziar sua cabeça de algo que não é necessário lembrar a todo momento, como também alivia o stress e a tensão de ter que recordar tudo.
Reabilitação
Se você chegou até esse ponto do texto, imagino que tenha se identificado com o assunto. Você também é vítima da overdose de informação, correto?
Como qualquer coisa em excesso é ruim, muita informação dá uma fritada no cérebro.
Nesses momentos que precisamos de reabilitação. Não vou dizer que é simples sair acabar de ler esse artigo, voltar ao Facebook e aplicar a disciplina de um monge tibetano para não ler tudo o que aparece na timeline.
Porém, você pode começar a colocar em prática essas simples atitudes para aliviar sua mente da overdose de informação.
Se você se identificou com esse texto e já teve experiências semelhantes, comente abaixo compartilhando conosco e com os outros leitores.
Também, se conhecer algum outro app/site que ajude a minimizar os efeitos dessa overdose, poste abaixo. Tenho certeza de que será muito útil para todos nós.
Boa recuperação!
