Você conhece os diferentes tipos de investimento em Renda Fixa? O CDB é um daqueles que você não pode deixar de entender.
Começamos o ano com ótimas perspectivas, principalmente para nossos investimentos. Se 2016 foi um ano desafiador, miramos em um 2017 com boas oportunidades de investimento. Conhecer os diferentes tipos é essencial e, por isso, nesse artigo vamos falar sobre CDB.
Se você é daquele tipo, como eu, que não curte sopa de letrinhas, pode ficar numa boa. Não há nada a se temer aqui. CDB é simplesmente uma sigla para Certificado de Depósito Bancário.
Na prática, você não precisa decorar o nome. Acho muito mais importante que você conheça suas principais características e saiba investir conscientemente.
Os CDBs são, talvez, um dos investimentos mais populares depois da poupança. O motivo: são um dos primeiros tipos de investimentos a serem oferecidos pelo gerente do banco quando se busca alternativas a ela.
Junto com o Tesouro Direto, LCIs, LCAs (que explicaremos em breve), faz parte da Renda Fixa. Essa é a parcela mais conservadora e potencialmente mais segura dos investimentos, se comparado à Renda Variável e, por isso, recebe a maior parte da nossa grana.
Para entendermos mais sobre o CDB, vamos discutir alguns pontos importantes:
- Afinal, o que é e para que serve?
- Quando vale a pena investir
- Investindo através de bancos grandes vs. bancos pequenos
- Comparando CDBs com o Tesouro Direto
- Por onde investir
Tudo pronto? Então bora lá!
CD… o quê? CDB!
Você já deve ter ouvido alguém falar sobre esse tipo de investimento. Porém, se você for como a maioria das pessoas que nunca investiu em um CDB, é provável que não saiba exatamente como ele funciona ou por que ele existe.
Meu papel aqui é explicar da forma mais simples possível.
Para isso, vamos entender 4 fatos sobre os Certificados de Depósito Bancário:
#1 – É uma forma de você emprestar seu dinheiro para um banco
Não, eu não troquei as palavras. Quando usamos as palavras ’empréstimo’ e ‘banco’ na mesma frase, logo pensamos que estamos no endividando. Mas não nesse caso.
Aqui você é quem está emprestando e o banco, recebendo.
Por quê?
Bem simples: os bancos precisam de… dinheiro!
Quando precisam captar grana para investimentos internos, projetos, expansões, melhorias, enfim, uma fonte boa e barata é através da emissão de CDBs para pessoas físicas.
Ou seja, você empresta seu dinheiro, eles te pagam juros.
#2 – A liquidez (facilidade de sacar o dinheiro) pode não ser diária
Se você leu nosso artigo sobre o Tesouro Direto, sabe que os títulos do Tesouro Nacional possuem liquidez diária. Isso quer dizer que todos os dias você pode solicitar o resgate, mesmo antes do vencimento.
No caso dos CDBs, isso depende do banco e do combinado. Como se trata de um empréstimo que você está fazendo ao banco, é interessante para eles que seu dinheiro fique por lá por um tempo.
Por isso, alguns bancos requerem que o dinheiro fique “travado” por alguns dias, meses ou até anos. Nesses casos, você só pode sacar na data de vencimento.
Em troca, isso costuma gerar taxas de retorno mais altas.
#3 – O rendimento do CDB está ligado à sua liquidez
Normalmente, um CDB com liquidez apenas no vencimento (isto é, você só pode resgatar o dinheiro em uma data pré-combinada) oferece maior rentabilidade. Ela cresce conforme o tempo de investimento for maior.
Por exemplo: é comum que um um CDB com vencimento daqui 360 dias ofereça melhor retorno do que um que vence daqui 90 dias.
Além disso, outros dois fatores que influenciam o rendimento oferecido por um CDB são:
- Valor mínimo requerido
- Classificação de Risco do banco emissor (confira aqui a escala pelas três principais agências)
#4 – O rendimento normalmente é ligado ao CDI
Vixi, lá vem o Vinícius com outra sigla. Pra piorar, quase igual ao nome do investimento.
Calma, calma. É feia mas não morde…
CDI é uma referência que usamos no mercado de renda fixa. Seu valor é bem próximo ao da taxa Selic (nossa taxa básica de juros).
Como CDBs são emitidos por diferentes bancos, é muito interessante que eles “falem a mesma língua”. Isso quer dizer possuir seus rendimentos em termos do CDI.
Vamos colocar em números: um CDB pode render, por exemplo, 108% do CDI ao ano.
Se o CDI for de 13%, isso significa:
1.08 x 13% = 14.04% ao ano
Vale lembrar que o valor exato do rendimento não pode ser previsto com exatidão, pois o CDI varia periodicamente.
Mocinho ou Bandido? Quando vale a pena Investir em CDB
Conheço muitas pessoas que já ouviram falar nesse tipo de investimento e até mesmo algumas delas já fizeram aplicações “porque o gerente do banco sugeriu”.
A verdade é que existem CDBs bons e ruins.
Por isso, é preciso ficar atento para não investir achando que é uma maravilha e acabar tendo o retorno da poupança.
Em bancos maiores, os retornos costumam ser menores e normalmente atrelados ao quanto você possui para investir.
Exemplo prático: quando eu era mais novo, pedi para a gerente do banco simular o rendimento de um CDB para os R$2.000,00 que eu tinha na poupança. Rendia tão mal quanto a poupança. Já se eu tivesse R$20.000,00 ou R$50.000,00, a conversa poderia ser diferente.
Uma alternativa é buscar CDBs de bancos menores, pois eles estão acostumados a oferecer retornos maiores para atrair investidores.
A contrapartida é que, em bancos menores, normalmente o dinheiro só pode ser resgatado no vencimento.
CDB vs. Tesouro Direto
No nosso artigo sobre o Tesouro Direto, explicamos em detalhes as modalidades. A que mais se aproxima do CDB é o Tesouro Selic.
Além disso, já sabemos que o valor da taxa Selic é praticamente igual ao do CDI.
Sendo assim, um CDB que pague menos que 100% do CDI não brilha tanto aos olhos. O Tesouro Selic rende o equivalente a 100% da Selic, com menos risco do que um CDB e com liquidez diária.
Resumo da história: se o retorno for maior do que 100% do CDI, começa a ficar interessante. Lembre-se apenas de ser bem cauteloso com a instituição que você vai escolher. Sim, bancos podem quebrar e não conseguir pagar de volta.
Por onde investir?
Se você estava pensando que precisaria abrir uma conta em cada banco cujo CDB quisesse comprar, fique numa boa. Não precisa não.
Na verdade, para bancos grandes isso é verdade. Porém, se você pretende investir em CDBs de bancos menores, isso pode ser feito através de corretoras.
Através delas, você pode comparar CDBs de diferentes bancos e decidir qual é o melhor para você. Fique atento, apenas, à taxa de administração (se houver) cobrada pela corretora.
O que fazer agora
Nesse artigo, pudemos falar um pouco sobre o que são os Certificados de Depósito Bancário. Assim, você pôde ter uma ideia geral de como buscar boas opções em compará-las entre si.
Se você pretende fazer esse tipo de investimento, vale a pena seguir esses passos:
- Decidir quanto você pretende investir
- Feito isso, é importante saber quando você precisará do dinheiro de volta
- Se não sabe ou se precisar no curto prazo, existem CDBs com liquidez diária (e rentabilidade menor)
- Caso consiga deixar esse dinheiro “travado” por um certo período, CDBs de bancos menores podem ser atrativos
- Se for investir através de um banco grande, vale a pena ter uma conversa com o gerente, pois ele pode negociar o rendimento com você
- Já se optar por um banco menor, ter uma conta em um corretora facilitará o processo.
- Após isso, é separar a grana, transferir para o banco/corretora, e realizar a aplicação!
Lembre-se: esse é um investimento de Renda Fixa, uma categoria quem preza pela segurança do seu dinheiro investido.
Nós do investeaê olhamos para segurança em primeiro lugar e, por isso, a maior parte dos nossos investimentos vão para a Renda Fixa.
Invista conscientemente para investir bem por um longo período!
Aquele abraço!
Vinicius Bazan
*As imagens foram retiradas de freepik.com e flaticon.com