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Precisamos esclarecer duas coisas

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26 de outubro de 2017
3 minutos de leitura
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Se a Selic cai, eu deixo meu dinheiro na poupança?

 

Mais uma vez estamos aqui falando do corte na taxa Selic. Essa é mais uma daquelas edições “burocráticas” do Fator M. Tem que ter.

Ontem, às 18:20h o COPOM divulgou o novo valor da taxa básica de juros, que foi atualizada de 8,25 para 7,5 por cento.

Já discuti isso várias vezes aqui, mas a mesma pergunta se repete a cada 45 dias: o que isso interfere nos meus investimentos?

Há dois pontos que quero reforçar hoje, para quem ainda fica com dúvidas sobre quão bom ou ruim é esse movimento de queda da Selic.

O primeiro, é que ciclos de queda e alta da Selic são perfeitamente normais. Se você analisar como a nossa taxa básica de juros se comporta ao longo dos anos, vai ver uma onda.

Onda, onda, olha a onda!

 

 

Bons tempos…

Esse sobe e desce da Selic reflete simplesmente que nossa economia se move em ciclos. Vamos lembrar que a Selic é um instrumento do governo para controlar a inflação, que é um movimento natural de mercado.

Então, quando a inflação sobe, o COPOM pode aumentar a Selic e, quando desce, a Selic pode ser reduzida.

Aí que vem a questão: muita gente chega pra mim e pergunta “se a Selic está menor, os investimentos em renda fixa não ficam piores?”.

Não necessariamente. Nós vivemos em um país onde a inflação não é zero ou próxima disso, como é o caso dos EUA, por exemplo. Então, precisamos levá-la em consideração na hora de contabilizar nossos rendimentos.

De forma simplificada, o quanto um investimento de renda fixa rende menos a inflação dá o que chamamos de juros reais. É o qual você está realmente ganhando de dinheiro.

Então, mesmo com a Selic valendo quase metade do que valia há um ano, a inflação caiu mais que isso. Ou seja, os juros reais permanecem altos. Considerando a Selic a 7,5 por cento e a inflação dos últimos 12 meses de 2,54 por cento, os juros reais estão em quase 5 por cento, não muito diferente de um ano atrás.

Tudo isso para dizer que investimentos ligados à Selic ainda valem a pena e precisam fazer parte da sua carteira.

Mas espera!!!

 

Nem todos.

A poupança é ligada à Selic, caso você não saiba. E não, ela não é uma boa opção para você.

Esse é meu segundo ponto. Pela (não tão) nova regra da poupança, que entrou em vigor em 2012, se a Selic está abaixo de 8,5 por cento, a poupança rende incríveis 70 por cento da Selic.

Tem até CDB ruim de banco que rende mais que isso.

Ah, claro, a poupança não tem IR. Mas ainda assim se você colocar frente a frente o Tesouro Selic e a poupança, o primeiro dá um pau na segunda.

Desculpa a falta de boas maneiras.

Pode parecer pouca diferença em um ano, mas ao longo de uma década, meu irmão, você ganha muito mais dinheiro no Tesourão.

Aliás, falando em Tesouro Direto, ele lançou um simulador novo, que tá muito legal.

Nele, você pode aliar seus objetivos financeiros ao prazo de investimento e entender um pouco melhor qual título escolher.

Ontem nós publicamos um artigo novo no nosso blog falando sobre isso. Acesse aqui.

Mas lembre-se: o simulador é um guia. Quem dá a palavra final é você. Só você se conhece bem o suficiente para decidir como investir. Além do mais, quando falamos de Tesouro, podemos combinar mais que um.

É uma questão de estratégia que, se bem montada, potencializa seus ganhos.

Foi o que o Carlos fez. A história dele você vê clicando aqui.

Aquele abraço!

Vinicius Bazan

 

 

Sobre o Autor:

Engenheiro pela USP, com passagem pela New York University, Vinícius passou anos de sua carreira atuando como professor nas mais diversas áreas. Trouxe para o Investeaê seu background em didática e estruturação de conteúdos educacionais para ampliar a experiência dos leitores, alunos e assinantes do Investeaê. É o responsável principal pelo curso Ações Extraordinárias, produz análises para o relatório Premiere Stocks e escreve semanalmente a newsletter Fator M.