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[Granaê] Dirigir ou andar bêbado?

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11 de dezembro de 2017
3 minutos de leitura
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 Qual a sua decisão?

Qual foi sua última decisão difícil?

Frequentemente somos confrontados com decisões difíceis de serem tomadas, como a decisão de qual apartamento alugar, qual carro comprar ou a qual plano de saúde aderir.

Essas decisões são complicadas porque envolvem ganhos e perdas significativas, pois escolher um apartamento ou um carro significa abdicar dos outros.

Por outro lado, existem decisões bem mais fáceis, como a de que marca de pão escolher, pois se o produto não for bom, basta que na próxima ida ao mercado você pegue outro até achar o que mais lhe agrada.

Em suma, decisões que apresentam grandes perdas, mesmo naquelas que os ganhos sejam de igual valor, exigem muita energia para serem tomadas.

Dirigir bêbado, você topa?

 

Se você consome bebidas alcoólicas e tem carteira de motorista, provavelmente algum dia vai estar perante a situação de decidir entre dirigir bêbado ou arrumar um outro meio de locomoção.

Com isso em mente, imagine a seguinte situação: você está bebendo na casa de um amigo, que fica a 2 Km da sua casa. Então, decide ir embora, pega as chaves do carro e se dirige à porta.

Pouco antes de chegar a ela, você percebe que está bêbado o suficiente para que dirigir seja um ato perigoso. Por um instante, para e pensa que são apenas dois quilômetros e que nada de mal seria causado a ninguém.

Nesse momento, você deve ter pensado que nenhum dos seus amigos nunca foi pego dirigindo bêbado e, naturalmente, não seria você o primeiro.   Mas, por fim, decide que pode ir andando tranquilamente, pois está muito perto de casa.

Foi uma decisão sábia?

 

Estatisticamente falando, sua decisão foi a pior possível. Pois, entre dirigir ou andar bêbado, é 8 vezes mais arriscado andar alcoolizado.

Não estou fazendo apologia a beber e dirigir, pelo contrário: meu incentivo é sempre para que use táxi ou Uber, sem dúvida. Mas se você tivesse apenas estas duas opções — dirigir ou andar alcoolizado —, o melhor para a sua saúde seria ir de carro.

E, antes que me atirem pedras, não fui eu quem disse isso. Quem apresentou um estudo sobre o assunto foi o economista Steven D. Levitt, autor do livro “Freakonomics”.

Levitt é responsável por criar estudos com dados que mostram estatísticas que são contrassenso, como, por exemplo, quando ele apresenta dados que comprovam que é 100 vezes mais perigoso para crianças que os pais possuam uma piscina em casa do que uma arma de fogo.

O que você tem a ver com isso?

 

Acredito que esses dados possam ter chamado sua atenção, mas você pode estar se perguntando no que tudo isso tange à sua realidade.

Pois bem, diariamente somos bombardeados com informações falsas, baseadas no senso comum, que nos fazem tomar decisões erradas.

Seja aquele seu amigo que fala que investir no Tesouro Direto só vale a pena se for para deixar por décadas o dinheiro lá. Ou aquele agente autônomo que tem a dica do investimento mais quente do momento, que só ele sabe.

Para todos eles você precisa mostrar um pouco do espírito de Levitt e pedir os dados que comprovem o que falam. Porque de falastrões sem dados o mundo está cheio.

Até mesmo eu, quando falar algo para você, questione-me e me peça provas. Só assim vou saber que você sempre lê meus textos.

Abraços.

Sobre o Autor:

Desde o terceiro ano de faculdade decidiu que mais importante do que se formar em Engenharia era se tornar um empreendedor. Por isso participou de várias iniciativas e em uma delas foi mentorado por um ano pelo board de Healthcare da General Eletrics. Hoje é responsável pela estratégia Big Boss e as segundas-feiras toma café enquanto escreve o Granaê.