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[Granaê] Faça o que eu digo

Por
23 de outubro de 2017
3 minutos de leitura
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 Não faça o que eu faço

 

1000 nomes

O oráculo de Omaha, o vovô que todos queriam ter, o megainvestidor e por aí vai. Esses são alguns dos nomes que Warren Buffett carrega.

Na verdade, “o vovô que todos queriam ter”, é mais como eu e o Vinícius chamamos ele, mas acho que você consegue entender o porquê.

Com uma fortuna avaliada em mais de US$ 80 bilhões , Buffett tem muito a ensinar a qualquer investidor. Pelo menos é o que você deve achar, mas na prática, o certo seria não fazer tudo que ele faz.

Todo investidor iniciante sabe que, assim que entra no mercado de ações, deve comprar mais do que uma ação. E esse princípio se chama diversificação dos riscos.

Diversificar para conquistar

É bem simples entender o motivo de comprar mais do que uma empresa e procurar empresas de setores diferentes. Imagine que você compre apenas ações da Eztec, que é uma empresa do setor imobiliário.

Se esse setor vier a ter problemas em se expandir, ou perder os incentivos governamentais, a empresa passa a perder relevância e o seu dinheiro investido passa a valer menos que antes.

Já se você pegar a mesma grana que ia investir em Eztec e investir também em Pão de Açúcar, por exemplo, você diversifica o seu risco. E mesmo que o setor imobiliário sofra algum tipo de problema, você ainda teria ações do setor de varejo para se consolar.

Mesmo assim, se esses dois setores apresentarem problema juntos, seu investimento irá se desvalorizar. Então, em vez de investir em apenas 2 setores diferentes, invista mais do que 5, pelo menos.

Princípio da diversificação

A diversificação do portfólio de ações ajuda o investidor a não ver todo seu dinheiro perdendo valor por causa de um único setor. E por isso é quase que uma lei quando se aprende a investir em ações.

Por outro lado, isso não serve para Warren Buffett, pois a diversificação só atrapalharia os seus rendimentos. Pois imagine que ao diversificar em vários setores, sempre vai existir um que não está indo bem.

Inclusive, é natural que em uma economia de mercado existam setores em grande expansão e outros em queda ou andando de lado.

Então a diversificação em vários setores e empresas faria com que quase sempre alguma empresa investida estivesse dando prejuízo e isso iria atrapalhar seus ganhos no longo prazo.

As empresas dando prejuízos seriam como uma correnteza que sempre puxaria seus investimentos para trás, o que retardaria seu avanço.

Não faça o que eu faço

Por isso Buffett apenas investe em poucas empresas, poucos setores e só coloca grana naqueles que entende completamente. Mas essa estratégia pode ser a sua ruína.

Isso porque, o oráculo de Omaha diz que para 99 por cento dos investidores a diversificação é algo valioso e que deve ser feito.

Mas para os 1 por cento, aqueles que tem conhecimento e capacidade para analisar setores, empresas e prever se darão lucros no futuro, a diversificação só atrapalharia os ganhos.

E foi essa filosofia que o fez não investir em empresas de tecnologia antes da “bolha ponto com” de 2000, pois não entendia do setor e não desejava diversificar nele.

Em outras palavras…

Faça o que eu digo, não faça o que eu faço.

Inclusive o princípio da diversificação em ações tem uma frase famosa, que é: nunca ponha seus ovos em uma cesta apenas, pois se ela cair, todos os ovos quebram.

Já Buffett tem a ideia de que ele deve por os ovos em poucas cestas, mas deve cuidar bem delas para que nunca caiam.

Por isso, no quesito diversificação, Buffett não é um exemplo a ser copiado, mas apenas a ser ouvido.

Abraços.

Sobre o Autor:

Desde o terceiro ano de faculdade decidiu que mais importante do que se formar em Engenharia era se tornar um empreendedor. Por isso participou de várias iniciativas e em uma delas foi mentorado por um ano pelo board de Healthcare da General Eletrics. Hoje é responsável pela estratégia Big Boss e as segundas-feiras toma café enquanto escreve o Granaê.