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Como um cara tímido começou a investir

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28 de setembro de 2017
4 minutos de leitura
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O curioso caso de Eduardo

 

Eduardo é um cara tímido, daqueles que espera todo mundo ficar em silêncio pra então tentar falar algo, porque tem medo de não ser ouvido.

Estranho (ou destino) é ele namorar a Paulinha, moça toda descolada e comunicativa. Ela é conhecida na sua sala de administração da FAAP como a que fala bem em público. Adora ir pra frente da sala apresentar um projeto.

Enquanto Paulinha passa horas da sua semana terminando a monografia, pra ser entregue no final do (ufa) último semestre da faculdade, Eduardo acabou de se formar em engenharia.

Além de tímido, é nerdão. Escolheu Engenharia Aeronáutica porque sempre achou que isso lhe daria uma carreira estável. Que vacilo…É verdade que ele guarda a frustração de não ter passado no ITA, mas ter conseguido uma namorada sendo travado daquele jeito era uma vitória tão grande quanto.Nessa “travação” toda, um dos maiores desafios para Eduardo era…

— Pausa: você achou que eu ia falar “investir” né? Eu chego lá, mas calma aê —

Era cortar o cabelo.

Sim, a ideia de passar 20 minutos sentado numa cadeira, imóvel, olhando pro espelho e sem conseguir trocar meia dúzia de palavras com o cabeleireiro o incomodava profundamente.

Até por isso, ele escolheu a barbearia do Dênis pra cortar o cabelo.

Dênis é mudo. Então se comunicavam apenas com sorrisos e olhares.

Mas esse nem era o real motivo pra Eduardo ir lá.

Como ele não sabia pedir o corte de cabelo que queria, aproveitava a destreza do Dênis com a máquina e passava sempre na 1.

O problema é que saía de lá parecendo que tinha se alistado no tiro de guerra.

Paulinha, claro, ficava incomodada com isso. Ela tentava deixar o Edu mais descolado.  Ainda sem muito sucesso.

Então ela teve a genial ideia de levá-lo para cortar o cabelo no seu salão.

Chegaram lá, Edu sentou, meio sem jeito. Magda, a cabeleireira, olhou para aquele cabelo ondulado que não era cortado há uns 2 meses e meio e perguntou:

— Como você gosta do seu cabelo?

Eduardo travou. Não sabia o que falar. A verdade é que ele não sabia nem expressar o que queria com aquele corte.

— Topete? Espetado? Não, já sei, quer dar uma desfiada? Vai ficar suuuper legal.

De novo, nosso garotão não sabia muito bem como decidir. Se dependesse dele, com aqueles três redemoinhos que deixavam o cabelo ainda mais zoado, não ia sair dali nunca. Que tortura!

— Ah, já sei.- disse Magda – Me diz: o que te incomoda no seu cabelo hoje?

Pausa dramática.

— Eu fico parecendo o Bozo quando ele cresce!

Pronto, aquele foi o gatilho pra destravar o Edu. Eu não estava lá pra ver, mas Paulinha disse que ele ficou até ofegante depois disso.

Magda falou um “perfeito, já sei o que fazer” e finalmente deu ao Eduardo um corte de cabelo que não o fizesse sair do salão parecendo um microfone.

Tudo o que Edu precisou foi olhar pelo outro lado.

Pode parecer bizarra a relação, mas ele teve uma experiência parecida quando foi pensar no seu dinheiro.

Quando se perguntava o que queria com mais dinheiro em conta, ele não sabia. Ok, mais dinheiro significa poder sair mais e tal. Mas e daqui uns anos? Pra que isso serviria?

Não parecia existir uma resposta clara e objetiva que desse aquele impulso pra tirar o dinheiro da poupança.

Ele precisou parar e pensar pelo outro lado: o que o incomodaria no futuro se ele NÃO tivesse o dinheiro de que precisasse?

Aí sim ele conseguiu se imaginar trabalhando até os 87 anos, sem conseguir ter seus momentos de lazer e preso ao INSS. Não, não era isso que ele queria pro seu eu-futuro.

E veja que curioso, quando eu e o André fundamos o Investeaê, nosso objetivo claro era mostrar a mais jovens que cuidar das próprias finanças é essencial.

A realidade, porém, é que ainda muitas pessoas não se ligaram que isso é algo importante, simplesmente por não saberem exatamente pra que fazer isso.

Eu sei que ninguém acorda numa segunda de manhã e diz “nossa, que vontade de comprar um Tesouro Prefixado hoje!”

Justamente por isso precisamos encontrar formas cada vez menos “tiozão” de falar sobre investimento.

Talvez isso já tenha acontecido com você ou com alguém que você conhece. Sabe aquele momento em que você até se interessou por investir seu dinheiro mas na hora que parou pra pensar bem, não sabia muito o que fazer com isso?

Pois é, se isso aconteceu com você, pare mais um momento e pense: e se você não começar a tomar uma atitude agora, como vai ser sua vida no futuro?

Se preocupar com dinheiro é muito menos imaginar o agora e muito mais projetar um futuro ainda melhor.

Por isso, hoje quero te pedir uma ajuda. Duas na verdade.

  1. Se você nunca investiu, responda esse email para mim me contando o que te impediu até agora. Nós vamos resolver isso juntos.

  2. Se você já começou, passe a transmitir isso também para outras pessoas.

Nosso país ainda é extremamente carente de educação (e mentalidade) financeira e quanto mais pudermos multiplicar o conhecimento sobre finanças e investimentos, melhor.

Temos muito trabalho ainda frente.

Vamos juntos?

Aquele abraço,

Vinícius

PS: Já nos segue nas nossas redes sociais? Lá nos sempre postamos novos conteúdos pra te ajudar a investir melhor. Vou deixar os links aqui, ok?

Sobre o Autor:

Engenheiro pela USP, com passagem pela New York University, Vinícius passou anos de sua carreira atuando como professor nas mais diversas áreas. Trouxe para o Investeaê seu background em didática e estruturação de conteúdos educacionais para ampliar a experiência dos leitores, alunos e assinantes do Investeaê. É o responsável principal pelo curso Ações Extraordinárias, produz análises para o relatório Premiere Stocks e escreve semanalmente a newsletter Fator M.