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Bitcoin: o que você precisa saber hoje sobre essa revolução financeira

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15 de agosto de 2016
10 minutos de leitura
10 comentários

A moeda da Internet ou a Internet da moeda?

O conceito de Internet das Coisas (Internet of Things) é fruto de pesquisa e desenvolvimento dentro do MIT (Massachussets Institute of Technology). Com a visão de se usar sensores e redes sem fio para conectar objetos do dia-a-dia a redes e à internet. E assim criar um sistema global de informações integradas. Se IoT é o futuro da conexão dos dispositivos, o Bitcoin é o futuro da moeda!

 

Bitcoin - Logo

 

Você entenderá todo esse potencial nesse artigo, pois você verá:

  • Como surgiu o Bitcoin e a história da sua criação
  • Dinâmica das moedas e por que o Bitcoin é revolucionário
  • A tecnologia por trás da moeda digital e sua segurança

Vamos lá? É só continuar lendo esse artigo.

A origem da criptomoeda e as redes de informação


Bitcoin 2

A grande sacada por trás do Bitcoin o fato de ser ao mesmo tempo uma moeda e um protocolo. Como assim?

Como moeda, é usado para transações monetárias, assim como você usaria seu cartão de crédito ou débito. Por outro lado, o protocolo Bitcoin dá o suporte para que essa seja uma moeda digital e independente de bancos. Porém, antes de entrar nos detalhes mais técnicos, vamos entender de onde vem essa moeda do futuro.

Criado em 2008 por Satori Nakamoto, o Bitcoin logo encontrou aderência de vários hackers. Eles perceberam o potencial revolucionário dessa moeda. A primeira transação de que se tem notícia aconteceu entre dois amigos que convencionaram que duas pizzas iriam valer 10 mil Bitcoins. Engraçado ver esse valor, hoje, para duas pizzas. Porque se essa transação fosse em 2016, seriam as pizzas mais caras do mundo: em torno de 16 milhões de reais!

Imagina quanto seria a taxa de entrega então.

Assim como existem protocolos como HTTP e VOIP, que são protocolos de conexão e de mensagem de voz, o Bitcoin é um protocolo de dinheiro. Ou seja, é um conjunto de regras que determinam como informações são transferidas entre computadores. No caso, informações sobre dinheiro. Esse protocolo oferece as bases de segurança para que o Bitcoin seja, de fato, usado como moeda de troca de forma organizada e mundialmente aceita.

Mas espera, então o Bitcoin só existe na forma de bits de informação?

Isso mesmo!

Você continua achando isso estranho? Bem, você já faz exatamente isso com suas compras com cartão de crédito. Não há cédulas sendo trocas quando você usa seu cartão. Apenas quantias de dinheiro cujos donos se alternam entre o comprador e o vendedor.

Só que existe uma diferença fundamental entre o Bitcoin e o cartão de crédito. Afinal, é por isso que esse post foi escrito. Para você ter um cartão de débito ou crédito você paga algumas taxas para seu banco. Aliás, ele é seu único e imprescindível intermediário. Inclusive, se você quiser fazer transferências para outros bancos, te cobram taxas ainda maiores. Imagine que você pudesse fazer isso sem taxas e usando apenas a internet, sendo tudo isso seguro e transparente.

Essa é a proposta do Bitcoin, você ser o seu banco. Poder movimentar valores sem precisar de um intermediário, sem restrições de país de origem e destino para a moeda. Com informações abertas a todos aqueles que possuem Bitcoins.

Bitcoin - Sem Bancos

 

A Magia por trás do Bitcoin


Provavelmente você ficou se perguntando como isso tudo pode ser possível e, ainda assim, haver segurança total nas transações. Afinal, estamos falando de dinheiro, onde falhas não podem acontecer. Não estamos falando de chamadas telefônicas pelo Skype onde, se a ligação cair, é só ligar de novo. Para entender isso, precisamos que dois conceitos iniciais fiquem claros: o registro distribuído e a confiabilidade nas movimentações.

A base do funcionamento do Bitcoin é uma planilha gigante (bem maior do que aquelas de Excel que usamos na faculdade). Essa planilha é o que chamamos de um registro distribuído (distributed ledger). Nessa planilha todas as transações que ocorrem na rede Bitcoin são registradas. Nela também estão todos os usuários detentores da moeda possuem acesso.

Como o Bitcoin é um protocolo de computador (lembre-se, um conjunto de regras que definem como a informação dessa moeda é transferida entre usuários), cada PC que usa esse protocolo tem sua própria cópia da planilha, com todas as transações de toda rede anotadas lá. Esse tipo de planilha é exatamente o que um banco usa para controlar as movimentações financeiras entre seus correntistas. Agora, uma vez que essa planilha está aberta em uma rede com todos os usuários do protocolo bitcoin, não precisamos que um banco seja o detentor desse registro.

Por outro lado, ainda há a questão da confiabilidade nos processos.

Quando você transfere dinheiro da sua conta corrente em um banco para a conta de outra pessoa, mesmo que leve um tempo para o dinheiro cair na conta dela (às vezes demora 1 ou 2 dias), você fica tranquilo enquanto esse dinheiro está “no limbo das moedas”, porque o banco assume toda a responsabilidade por isso e garante a segurança do seu dinheiro.

Na verdade, confiabilidade está ligada à versatilidade do processo. Apesar de a transação através de um banco ser confiável, é pouco versátil. Por exemplo, cobra-se taxas altas para enviar dinheiro para outros bancos ou outros países, dificultando o processo.

Tome por exemplo ligações telefônicas. Se você usar um telefone celular, confia que a infraestrutura da operadora irá garantir a qualidade da chamada (o que, no Brasil, nem sempre é verdade!), em troca de um preço pelo serviço. Já se você usa o Skype, está disposto à qualidade da ligação ser mais baixa e a conexão até cair de vez em quando (menor confiabilidade na ligação). Em troca de um serviço sem taxas e com a possibilidade de falar com qualquer país do mundo (maior versatilidade).

É essa relação que se esperaria das transações com Bitcoin. Ao passo que ele se propõe ser mais versátil, não precisando de um banco intermediário, a confiabilidade na moeda deveria diminuir. Mas é aí que está a revolução! Além de versátil, o Bitcoin é seguro.

O Blockchain – uma rede de informações distribuída a todos os usuários


Bitcoin Blockchain

Uma das maiores inovações que o Bitcoin traz é oferecer ao usuário final a possibilidade de ter sua segurança garantida por uma rede chamada Blockchain, o registro distribuído, ao qual todo usuário tem acesso, sem distinção hierárquica. Nessa rede, usuários que também são mineradores podem verificar a validade das transações e “assinar embaixo”.

Vamos entender o Blockchain comparando com um jogo bem famoso: Banco Imobiliário.

Somos em 4 pessoas jogando e, no meio da partida, percebemos que perdemos todo o dinheiro do banco. O que podemos fazer para tentar entender a ida e vinda da grana?

Podemos anotar com quanto cada pessoa começa de dinheiro. Então, à medida que formos comprando e vendendo os imóveis no jogo, anotamos os novos saldos de cada participante.

Mas com quem ficará o caderno? Comigo! Mas eu posso alterar o caderno e ninguém perceber.

Hum… Isso não parece certo.

Então vamos fazer um caderno para cada participante e toda vez que alguém movimentar dinheiro, anotamos em todo os cadernos e comparamos as anotações de todos. Assim, não tem como um jogador enganar os outros, pois se estiver no seu caderno e não estiver no meu, então foi uma transação falsa.

Certo, mas e se tivermos 30, 100 ou 70 mil participantes?

Aí entra o milagre da computação, que permite que tenhamos um sistema pra fazer essa gestão!

Esse exemplo é exatamente como funcionam as transações de bitcoin, o caderno ao qual todos podemos ter acesso é o Blockchain, a imensa rede de dedos duros de plantão. Além de serem quem autentica as transações, essas pessoas que possuem esse livro têm o direito de encontrar novas Bitcoins.

Encontrar Bitcoins? Isso mesmo, essas pessoas são chamadas mineradores, assim como aqueles que garimpam ouro.

E como eu posso minerar bitcoin?

Para minerar bitcoin você precisa de computador, mas não um computador qualquer. É preciso uma CPU dedicada só para isso. Por isso não é aconselhável você minerar na sua casa com o seu notebook. Vai dar tela azul com certeza.

Os grandes mineradores se encontram em locais gelados e com energia barata, isso porque cerca de 70% dos custos de uma bitcoin vêm do gasto de energia e refrigeração dos computadores.

“Entendi, talvez não seja minha praia minerar mesmo, mas porque eu iria querer comprar bitcoins?”

Você pode entrar no mercado por dois motivos. Um deles é aproveitar o potencial de valorização do Bitcoin que, no ano de 2015, foi a única moeda que se valorizou frente ao dólar. O outro motivo é você querer usar o Bitcoin como moeda sem fronteiras de bancos e países no futuro próximo.

Bitcoin Cotação Coindesk

 

As possibilidades com o Bitcoin


O fato de não possuir um banco central possibilita que o Bitcoin seja transacionado de país para país livremente em poucos minutos e você consiga comprar moedas entrangeiras sem precisar pagar intermediários.

Além disso, por ser uma moeda digital, ela é infinitamente divisível e pode favorecer as negociações em microcrédito, tipo de movimentação que o seu cartão não faz, com frações de centavos.

Como qualquer mercado, ele possui seus riscos e temos que estar cientes disso. As principais oscilações históricas do mercado foram causadas por anúncios de governos contra o uso dessa moeda. Por outro lado, à medida que a população fica ciente do seu poder, ela se valoriza. Em casos de crises as pessoas procuram uma forma de deixar o dinheiro longe dos governos e correm para as bitcoins, como no caso da crise da Grécia que levou a uma sensível subida nos preços das cotações

Aliás, o Bitcoin tem uma junção de características muito similiar às do ouro, que o tornam um tipo de moeda ao mesmo tempo utilizável em transações convencionais e extremamente valioso:

  • É durável e não perecível
  • É divisível (em frações até menores do que o ouro)
  • É escasso e, por isso, seu valor tende a aumentar ao longo do tempo e em crises financeiras

Sobre esse último tópico, é extremamente relevante o fato de que existe um limite para a existência de Bitcoins no mercado. Hoje, há cerca de 16,11 milhões de Bitcoins em circulação, com um limite estabelecido para 21 milhões. Ou seja, quando um minerador encontrar o último desses 21 milhões de bitcoins, os algoritmos matemáticos de mineração serão automaticamente auto-destruídos.

 

Com os Bitcoins em carteira


Depois de comprar seus Bitcoins, você pode movimentar esses valores pelo mundo inteiro! Exatamente isso, em poucos minutos você pode transferir seus bitcoins para o mercado americano e comprar dólares, por exemplo, sem precisar pagar IOF.

A movimentação de Bitcoins acontece através de um link, que define o endereço dos seus Bitcoins no Blockchain. Caso queira enviar seus Bitcoins para a Bitfinex (corretora de moedas digitais mais conhecida), por exemplo, é possível movimentar a moeda de uma forma bem simples e rápida. Você só precisa copiar o link que representa o endereço de sua carteira e enviá-lo para a Bitfinex. Neste vídeo você tem mais detalhes sobre o processo.

Quais são os riscos e quando devo ter em carteira?

Bitcoins apresentam alto risco, mas possibilidades de altos retornos. Por isso, podemos alocar apenas um pequeno percentual da nossa carteira nele. Uma sugestão que se encontra em cursos sobre a moeda é de que os investidores menos arrojados invistam até 2% do capital, enquanto os mais propensos a risco podem investir até 5%.

Existe um potencial ainda maior de valorização caso a moeda passe a fazer parte do dia-a-dia dos consumidores e também dos comerciantes. Caso isso aconteça, a procura pela moeda deve aumentar, bem como sua circulação no mercado, elevando seu valor frente às outras moedas.

Nesse exato momento, você que leu o artigo inteiro, pode estar em duas posições: empolgado ou na defensiva. Para qualquer uma delas, o conselho é o mesmo: vá com calma. Se você se empolgou muito e quer logo comprar bitcoins e ver como funciona isso tudo, basta seguir o passo a passo logo abaixo e adquirir suas bitcoins, comece com bem pouco.

Por outro lado, se você ficou muito na defensiva, posso afirmar com total certeza, que quando as pessoas começaram a usar papel ao invés do ouro para comprar objetos, a resistência foi igual a sua ou maior. Mas como podemos ver hoje, o papel prevaleceu sobre o ouro.

Não estou dizendo que o Bitcoin irá substituir o dinheiro, nem o cartão de crédito conseguiu. Estou dizendo, que em um futuro próximo você estará fazendo transações com bitcoins e nem vai precisar saber disso.

 

Passo-a-passo para comprar seus primeiros bitcoins


  1. Abra uma conta em uma corretora de Bitcoins (Mercadobitcoin, Bitcointoyou, Coinbr, Foxbit).
  2. Valide sua conta enviando os documentos necessários.
  3. Faça seu primeiro depósito em uma dessas corretoras. As taxas em ambas são são altas, mas não tem o que fazer.
  4. Dentro da corretora abra uma ordem de compra. Também vão existir taxas, mas nas duas corretoras as taxas são parecidas).
  5. Verifique a transação dos seus primeiros bitcoins na própria plataforma.
  6. Pronto! Você já tem os seus primeiros bitcoins.

E, claro, você pode sempre contar conosco! Comente abaixo com as suas dúvidas, sugestões ou sacadas sobre Bitcoin!

Sobre o Autor:

Desde o terceiro ano de faculdade decidiu que mais importante do que se formar em Engenharia era se tornar um empreendedor. Por isso participou de várias iniciativas e em uma delas foi mentorado por um ano pelo board de Healthcare da General Eletrics. Hoje é responsável pela estratégia Big Boss e as segundas-feiras toma café enquanto escreve o Granaê.
  • Juliana Arthuso

    Oi!
    Vocês escreveram alguma coisa sobre como funciona a troca de bitcoins por dólar ou outra moeda?
    Eu ainda não saquei isso. Eu compro bitcoins com reais, e aí como eu vejo os rendimentos disso? Ele rende tipo x% mensal igual dinheiro normal em banco? Ou ele funciona tipo ações, que eu compro quando tá barato e vendo quanto tá caro?
    E a troca por moeda “de verdade” (se é que podemos usar esse termo hoje em dia), como faz? Eu dependo da corretora?
    Abraço!

    • Oi Juliana!

      Ótimo ponto, vamos focar nisso num post futuro 😉

      Respondendo à sua pergunta, de modo geral, funciona assim:

      1. Você transfere seu dinheiro, em reais, para uma plataforma de negociação de Bitcoins
      2. Com o dinheiro em conta, você pode comprar Bitcoins
      3. Uma vez que você está com os Bitcoins em conta, você pode transferi-lo para outra plataforma de negociação, fora do Brasil, no caso. Por exemeplo, a Bitfinex
      4. Essa transação é bem simples, você vai precisar apenas de um código que identifique os Bitcoins. A forma de transferir varia um pouquinho de uma plataforma para outra. Mas costuma ser bem claro como fazer.
      5. Feito isso, os Bitcoins chegarão à sua conta na plataforma do exterior e, assim, você pode vender os Bitcoins por lá e receber em dólar

      O Bitcoin, por ser uma moeda, tem oscilação da mesma forma que Real, Dólar, Euro, etc. De acordo com a demanda por ela, seu preço pode subir ou cair, mas não há uma rentabilidade fixa por mês.

      Algumas plataformas negociam como uma casa de câmbio (existe um preço para compra e um para venda, pré-estabelecidos), enquanto em outras, é a a dinâmica de ações (você oferece pagar um preço e, se houver um vendedor querendo o mesmo preço, a transação é fechada).

      Consegui esclarecer um pouco?

  • Lucas Silva

    Ótimo conteúdo, muito esclarecedor, mas é um mercado que aparentemente é trabalhado com especulação.
    Não me sinto a vontade nesse mercado para valorizar meu dinheiro.
    Ações ainda tem sido o melhor caminho.

    • Fala Lucas! Existem formas de analisar fundamentos do Bitcoin, mas ainda assim, por ser algo muito novo e com muitas incertezas no curto prazo, realmente acaba se trazendo bastante especulação para o jogo.
      Também curto mais ações 😉

  • Xesquevixos

    Olá…..muito bom o artigo!

    Andei pesquisando e a CoinBR não cobra taxas para depositar os R$ e também para comprar os BTC. Vocês conhecem essa corretora? É uma boa opção para investir em BTC?

    Muito obrigado!

    • A CoinBR é uma boa corretora sim! Conhecemos o pessoal de lá. O problema é que normalmente os preços são mais altos para as moedas. Eles não atuam como uma corretora em que você compra ou vende para outras pessoas. Você compra/vende direito para a CoinBR.

      Abração!

  • Johnny Rottava

    Meu balanço de bitcoin na Jaxx está incorreta. Como posso reaver o valor faltante?

    • Johnny, você está usando pelo celular? Se sim, recomendo você usar a extensão do Chrome. Basta usar a sua frase de backup para fazer o restore da jaxx no Chrome.

      Abraços!